
EPISÓDIO 1 • A HISTÓRIA COM QUE EU CRESCI
Sem rodeios, mas com um belo “coice”, a história já começa com o som de um gravador sendo ligado, seguido do interrogatório comandado pela doutora Elisa Amaral. Ali somos apresentados ao paciente 63, Pedro Roiter, que foi encontrado nu em via pública e levado ao hospital psiquiátrico em que se encontra.
O personagem de Seu Jorge é primariamente diagnosticado com “psicose paranóide”, também conhecida como “esquizofrenia paranóide” pela comunidade médica. Essa condição foi primeiramente descoberta no século XIX, pelo psiquiatra alemão Dr Emil Kraepelin, diretor clínico na Universidade da Estônia.
Outras grandes obras Hollywoodianas exploram essa mesma condição, como o filme “Uma Mente Brilhante”, lançado em 2001, vencedor de oito Oscars – entre eles o de melhor filme, melhor ator e roteiro adaptado. Na trama biográfica, Russel Crowe interpreta o matemático John Nash, vencedor do Prêmio Nobel, que sofre de delírios de perseguições e precisa aprender a viver com a doença.

No caso do Paciente 63, o diagnóstico é dado também por delírios e alucinações, já que a médica no comando não acredita nas palavras de Roiter e em sua viagem no tempo - outra temática bastante explorada em filmes e séries. Além do clássico “De Volta Para o Futuro”, de 1985, esse fenômeno também é explorado de forma brilhante no longa “Interestelar” (2014), que explora bem conceitos científicos complexos.
Esse uso contínuo da retórica do tempo em obras artísticas indica nosso fascínio pela possibilidade de avançar ao futuro ou voltar ao passado, algo que a própria NASA afirma ser possível fazer, mas não exatamente como retratado nos contos de ficção.
No portal Space Place, criado pela instituição para simplificar conceitos científicos complexos, a NASA defende que somos todos viajantes no tempo, indo, por exemplo, de um aniversário a outro, no período de um ano. Também defende que o telescópio é uma espécie de máquina do tempo, já que nos permite ver o passado, uma vez que as estrelas e galáxias avistadas pelo instrumento talvez já não existam, e o que “resta” são suas luzes viajando pelo universo.
A agência explica, porém, que é viável experimentar o tempo de outras maneiras. “Há mais de 100 anos, um famoso cientista chamado Albert Einstein apresentou uma ideia de como o tempo funciona”, escreveu a organização. “Essa teoria diz que tempo e espaço estão linkados, e que o universo tem uma velocidade máxima: nada pode viajar mais rápido que luz (299 792 458 metros por segundo)”.
Toda essa explanação não seria – e não foi – suficiente para Pedro Roiter convencer a Dra. Elisa Amaral de sua aventura pelo tempo, mas o personagem de Seu Jorge insiste que esse não é seu objetivo principal. A missão do homem de 39 anos é, simplesmente, evitar que uma mulher embarque num voo a Madrid, na Espanha, dentro de alguns dias.
Essa mulher, segundo ele, seria a paciente zero de um vírus que gradualmente levaria à extinção da humanidade. A caça pelo “paciente zero” é também a sinopse do filme “Contágio”, de 2016, com Matt Damon e Kate Winslet. Outra dica aqui, para nós, fãs de teorias da conspiração.